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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O Batizado

Já passou quase um mês depois do batizado da Maria. Tive muitas dúvidas sobre o que fazer e como fazer. A única certeza era o vestido da Maria. Sempre disse que gostava que ela usasse o mesmo vestido que eu usei e assim foi. Depois de muito pensar, de ter colocado de parte a ideia de fazer na minha casa, de ter decidido que havia pessoas que tinha mesmo de convidar, lá decidi fazer uma festa e comecei um rol de trabalhos. Escolhi o local, decidi o menu, e lá comecei a tratar de convites, marcadores de mesa, decoração da sala, etc,etc. O sitio era bonito e, por isso, não seria precisa muita coisa para tornar o espaço, num espaço ainda mais acolhedor. 
Tinha visto no Querido Mudei a Casa a decoração de um quarto de bebé cujo papel de parede era cheio de balões de ar quente (adorei) e onde colocaram a frase: "Pensamentos felizes fazem-nos voar", a partir desse momento essa frase não me saiu da cabeça porque é mesmo isso que desejo para a minha filha: pensamentos felizes que a façam sonhar, voar, que a façam ser feliz. E por isso o tema da festa foi esse mesmo. Passei os dias que antecederam o batizado a fazer pompons, marcadores de mesa, a fazer lacinhos e mais lacinhos. O resultado foi mesmo o que eu queria. O dia correu muito bem, ainda não tenho fotos da cerimónia na igreja nem as fotos do batizado propriamente dito, mas cá ficam algumas imagens da decoração. Podem ver mais imagens aqui . 

















segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

De regresso...

Os últimos meses foram de mudanças radicais na minha vida. 

O nascimento da Maria

A gravidez chegou ao fim...passei os meses de calor gravidíssima, cansadissima e estourada. A parte final custou bastante. A Maria nasceu num dia totalmente inesperado. Um dia como tantos outros em que fui a uma consulta de rotina e, de repente, lá estava eu a entrar para um bloco operatório com o marido ao lado com um ar de que não se passava nada, e eu, a panicar por todos os lados. Houve ali um momento em que os nervos tomaram conta de mim. Só não fugi e mandei parar tudo porque não podia mesmo. A cesariana correu dentro da normalidade e não trocava aquela calma que se vivia no bloco por nada. (Não me digam que o parto normal é espectacular porque mesmo com as dores que tive, esta seria sempre a minha última opção). Mas acho que fui enganada (lol) pensei que a coisa ia ser mais fácil: totalmente indolor. E não é bem assim. O útero a contrair doí que se farta e depois de o bebé  sair só queremos que parem de nos chatear e nos deixem ir à nossa vidinha.  De volta ao quarto, tinha uma enfermeira sempre comigo, era uma máximo, sempre que lhe dizia que me "doía de carago" a moça dava-me mais uma coisinha para as dores. A certa altura disse-me: Agora só lhe posso bater com uma marreta para aliviar o que ainda lhe doer. No dia seguinte lá me levantei, parecia um hipopótamo de tão inchada e assim estive uns 15 dias. E a Maria estava ali ao lado.

A Maria 

A bebé, bem, não me apaixonei logo, olhava para ela e achava-a uma fofa mas, não conseguia estabelecer uma ligação entre aquela bebé e a bebé que eu tinha na minha barriga. Era estranho não ter a minha bebé na barriga e olhar para aquela bebé que também era minha. Houve ainda duas ou três vezes em que dei por mim a passar a mão na barriga e a achar que ela estava muito parada. Não me apaixonei e não tenho vergonha disso. Hoje, passados mais de 4 meses, adoro-a de paixão e só tenho vontade de a trincar de tão fofa que ela é.

Os dias seguintes ao nascimento e a amamentação

Os dias seguintes ao nascimento vivi-os como se estivesse numa realidade paralela. A Maria era uma bebé muito sossegada só chorava para comer. Com o nascimento vieram as questões da amamentação, veio o medo de não saber tomar conta dela mas, também a confiança de que tudo ia correr bem. Na Casa de Saúde da Boavista encontrei as mentes mais abertas relativamente à amamentação e a tudo relacionado com a maternidade. Nada de fundamentalismos. E foi o melhor que me podia ter acontecido. Não me criaram o medo dos biberões, o medo de a minha filha não se sentir amada por eu não lhe ter dado de mamar nos primeiros segundos de vida, o medo das chupetas, etc. etc. etc.  Dei de mamar durante o primeiro mês, correu sempre tudo bem simplesmente a Maria nunca ficou satisfeita com o que mamava e eu nem hesitei em dar suplemento. Acredito que foi o  facto de não a ter obrigado a comer de hora a hora e de não me ter obrigado a fazê-lo que fez com que vivesse tudo de forma muito tranquila. Com um mês, a Maria só acordava uma vez por noite e eu nunca me senti no limite das minhas forças. Estive sempre bem para ela e para os outros. Fui olhada de canto no centro de saúde por estar a dar suplemento. Tive de mostrar como dava de mamar e tudo para avaliarem se era eu que estava a fazer algo de errado. Conclusão, estava tudo normal, simplesmente, eu não tinha leite suficiente. E não me venham com tretas de que todas temos leite suficiente. Sim, porque é uma treta. A minha mãe nunca teve uma gota de leite e eu só tive um mês. Portanto, mães, não tenham medo dos biberões, se a criança chorar num espaço de menos de 3 horas ponderem o suplemento. Se afetará a quantidade de leite que irão produzir, é possível que sim,  mas estarão concerteza mais tranquilas. Acordar de hora a hora não é humano. Se querem muito, muito isso e se acham que é o melhor: go for it. Eu simplesmente não vejo o beneficio de sofrer e fazer sofrer. Vinham-me com teorias: os bebes que são amamentados são mais ligados às mães, são mais resistentes, são mais isto e aquilo. A Maria é a bebé mais sorridente que conheço, é super ligada a nós, suspira de alegria quando me vê, é super energética, nunca ficou doente e mamou apenas um mês de leite materno e não a 100%. Por isso, cada bebe é um bebé e não tenham medo de fazer o que acham melhor para os dois.  Não se deixem ir nas ondas dos fundamentalismos. Não vivemos em mundos perfeitos, se assim fosse tinha escolhido amamentar exclusivamente até aos 6 meses mas, não foi possível. E fiz o melhor para nós as duas, tenho certeza absoluta disso. 

Os meses seguintes

De regresso a casa, tinha feito imensos planos, passear todos os dias, fazer imensas arrumações, organizar este mundo e o outro, trabalhar a partir de casa após do segundo mês... bem... não foi nada assim.
Voltei ao trabalho na semana passada, o tempo não ajudou mas, também não tive grande vontade de passear durante a licença, dava-me a preguiça. A Maria dormia toda a manhã, e com o tempo que esteve desde Outubro, chegava a ficar dias em casa a namorar a pequenina. E não me custou. Tive dois ou três dias maus por causa das cólicas da Maria. Mas tirando isso foi tudo tão bom que parece mentira, sobretudo quando oiço outras mães. A licença passa a voar, mesmo. E a vida muda. Nunca pensei que ia gostar tanto da Maria. O trabalho passou para 5º plano e não há nada mais importante que ela. Já voltei ao ginásio, ao trabalho, à vida anterior, mas conto os minutos para estar com ela. Há noites mais chatas, houve dias de preocupação, houve já uma queda pelo meio. Não estava preparada para ser mãe, achava eu, mas até agora acho que me tenho safado muito bem e parece que nasci ensinada para fazer tantas coisas que nunca tinha feito e nem sabia que existiam.

Até breve